quinta-feira, 25 de março de 2010

Poema Sobre Uma Noite Numa Cidade Qualquer

A noite cái na cidade
as pessoas caminham rápidas
ônibus param,enchem,saem...
o sino da igreja badala...badala...
as luzes se acendem uma a uma
uma chuvinha fina cái mansamente
o asfalto brilha molhado
as ruas vão ficando desertas
só se ouvem ruídos de carros
pneus gritam no asfalto
e seus gritos se perdem no eco da indiferença.
Contra o escuro da noite
recortam-se sombras
de monumentos de cimento e aço
portas se fecham,se trancam
com medo das visitas inesperadas.
Da calçada vislumbra-se
uma televisão ligada
cada um com seus próprios pensamentos
todos calados
os olhos estão fixos
talvez pensando em coisa alguma.
Homens fardados marcham
rondam as quadras
como animais treinados
a perseguir uma presa
sem saber quem ela é na verdade.
Crianças maltrapilhas procuram jornais
e em qualquer canto
tentam abrigar-se do frio,
homens trôpegos ,
tavez pelo excesso de bebidas,
ou talvez pelo excesso de problemas vagueiam.
Mulheres velhas ou barrigudas
vasculham os lixos
à procura das sobras do dia.
A paisagem modifica-se
as arvores raras naõ são mais verdes
mas negras
talvez revistam-se da própria poluição
que foi expelida durante o dia
pela boca dos dragões de aço
e em cada esquina existe uma sombra vermelha
ou rosa ,ou verde ,de qualquer cor
que finge indiferença ao frio e a chuva
que balança uma bolsa ou mostra uma perna
que vive de noite
e que ganha o pão do outro dia
e que várias vezes volta a mesma esquina
e que quase de manhã
se esconde sob uma máscara qualquer
a noite cái na cidade
numa cidade qualquer.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

Adolescência

A sensação branca
do seio dolorido
querer falar o que já foi dito
ficar no eterno da repetição
e deixar-se perder
parecer desconexo
e fazer valer a pena
tentar novamente
entrever entre as lágrimas
o riso cravado
como espada de sangue
no mais profundo
Ah! o olhar fica parado
e a caneta se aproxima do papel
como se esta estivesse
pronta,a espera do beijo
que nunca recebeu
com os lábios úmidos e trêmulos
de onde emana a força
do ímã e faz brotar
o fruto e a flor
ou apenas
o espinho

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Alucinação

A chama que apaga
corrompe o corpo
voa no espaço
a espada de aço
trespassa a vida
num beijo de morte


O mundo gira
na rota infinita
que chamam vida
que quer ser eterna
na dança fugaz
com aura dourada
da luz sol!


O rosto doìdo
alma alquebrada,manchada
o sonho solto
num mundo irreal
de monstros e deuses
de bruxas e deuses
que somem no tempo

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A eternidade da vida

O coração palpita mais forte
a vida espera lá fora
pronta para a luta
de quem vai ser eterna sobrevivente
aprender a amar
viver com paixão ser mulher-paixão-amor-mater
ver olhos as vezes tristes,bocas caladas
mentes torturadas,abraços vazios
morrer sorrisos,lágrimas contidas
gente esperando a a vida
o retorno da alegria
que as tardes sejam ensolaradas
que a chuva só faça renascer novas vidas
que os olhos embargados se descerrem finalmente
e vejam na luz das eternas flores
que a vida também é eterna no brilho das luas dos amores.

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segunda-feira, 22 de março de 2010

As Pálidas faces da dor do amor descuidado

Já não te posso dar nada
minha ilusão de viver
somente meus pensamentos
não sei com te hei perdido
agora já não te posso dar nada
nem a esperança pela qual choro.
Vejo o quanto te queri
as luzes que marcaram
as pálidas faces de dor
de nossas vidas que se apartaram
nesses anos em que vivi condenada
à sombra e à penumbra
porém ainda quero que algum dia
numa esperança humilde
sentir um sopro da vida
que me diga que o tempo
não é nada
que nossas recordações
nos bastarão para romper
as barreiras que nos separam
que nossos passos se cruzarão
consolando-nos como as manhãs consolam as rosas
como as brisas nos levam até as estrelas
que brilham solitárias
nas auroras que nascem novamente
quero assim despertar
novamente em teus braços
se isso me serve de consolo
me resta este amor na minha vida
e a lástima de tê-lo descuidado
ao vivê-lo tão completamente.

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A VELA DO TEMPO

Nascer do nada
para ir a lugar nenhum
sentir o frio da solidão
da cama vazia
do lugar que já foi seu
decolar para um vôo sem volta
lá onde as águas brotam
e não encontrar você
consumar meu pecado
fugir dos meus erros
de tantos anos
moldados em barro humano
onde só sobraram cacos
num fogo que consome
queimado pela vela do tempo
que vagueia no barco
no oceano das emoções que se foram
com as marés das luas cheias
que passei sozinha
sem você,sem nascer para você
sem voltar para você
como um barco a vela
solto na tempestade do tempo.

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Momentos

Momentos de tristeza e infelicidade
momentos de entrega em seus braços
braços de solidão
não se pode cronometrar o que se sente
como uma luz de uma vela
que ele acende
como a luz de um lampião
no na escuridão do caminho
moentos onde há dor no coração
que vaga tão solitário
na busca de catar migalhas
sentido o frio do amor que se foi
buscando um novo amor
antes que a vela se apague
a ver uma luz ao longe
Momentos de perdão
Monentos de pedir perdão
pelos sentimentos que são despertados por ti
para não sofrer mais momentos de sofrimento
para não sentir mais momentos de tristeza catando migalhas de amor.

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